A
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (acrônimo IELB) é uma denominação
protestante luterana, com sede na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Oficialmente, conta com 243.093 membros batizados, distribuídos em 2.078
congregações e 533 paróquias, com o número de pastores alcançando a marca de
860.[1] Ela está filiada ao Concílio Luterano Internacional (ILC), órgão
governamental responsável por parte das denominações luteranas.[2] Com o
constante crescimento ao longo dos anos, a IELB se tornou a maior igreja-irmã
do Sínodo de Missouri.[3]
A
primeira congregação foi oficialmente fundada em 1º de julho de 1900, após a
vinda do pastor Christian J. Broders, missionário da Igreja Luterana do Sínodo
de Missouri, que havia sido enviado para o Brasil após uma decisão do Conselho
Geral sobre uma dispersão pela América do Sul.[4] Assim sendo, a primeira
congregação da IELB foi estabilizada no município de Morro Redondo, no estado
do Rio Grande do Sul, e chamou-se "Congregação Evangélica Luterana São
João".[5] A denominação "Igreja Evangélica Luterana do Brasil"
foi criada em 24 de junho de 1904, após uma reunião em São Pedro do Sul, no
momento em que a Igreja contava com cerca de três mil membros.[6]
Um
estudo divulgado em dezembro de 2010 representou que aproximadamente metade dos
membros residem no Rio Grande do Sul, seguido pelos estados de Paraná e Santa
Catarina, que juntos demonstram 74,5% do número total de membros.[7] Apesar do
seu número de filiados estar em constante crescimento ao longo dos anos, a IELB
representa cerca de 20% dos brasileiros luteranos, sendo que quase toda a
porção restante está localizada na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no
Brasil (IECLB).[8]
História
Fundação
Templo
da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), em Schroeder - SC. Congregação
Cristo. Atualmente o maior templo da IELB na América Latina.
A
origem da Igreja Evangélica Luterana do Brasil tem seus registros datados de
1817, quando ocorreram as primeiras dispersões de luteranos da Alemanha para os
Estados Unidos, onde alguns cristãos formaram a Igreja Luterana do Sínodo de
Missouri.[9] A partir desta chegada de missionários na América, os conselheiros
se preocuparam em enviar pastores para ensino da doutrina no Brasil, decisão que
foi apenas tomada em 1899 após um Conselho Geral.[4] Apesar de grande parte dos
membros da diretoria serem favoráveis ao envio de seus missionários para o
Brasil, algumas pessoas eram contrárias à tal ação, com destaque para o pastor
Heinrich C. Schwan, que havia sido o último presidente do Sínodo.[4] Schwan
tinha esta posição pois havia trabalhado como tutor em uma colônia chamada
Leopoldina, localizada no sul da Bahia, entre os anos de 1844 e 1850.[10]
Schwan então acabou tendo uma experiência negativa devido ao estilo de vida e
fé que presenciou da população baiana, esta formada na sua maioria por pessoas
místicas e sem instrução escolar.[4]
Apesar
dos protestos de Schwan, a Conjuntura Internacional decidiu dar início ao envio
de missionários ao Brasil, utilizando uma doação anônima de US$ 2.000 por
pessoa, sendo o pastor Christian J. Broders quem deu início aos trabalhos no
país, em uma visita de prospecção missionária.[11] Broders foi recebido pelo
pastor Johann Friedrich Brutschin, que mantinha uma congregação ativa em Novo
Hamburgo, Rio Grande do Sul, e exprimia vontades de retornar para Alemanha, sua
terra-natal.[5] A opinião inicial que Broders teve ao chegar no estado foi de
um total descontentamento com o assunto da religião, mostrando indiferentismo
com a mesma.[5] O ambiente díficil ao estabelecimento relatado pelo
missionário, incluía o chamado "Sínodo Rio-Grandense" que já possuía
pastores em diversas localidades.[4]
Após
dirigir-se para a cidade de Pelotas, também no Rio Grande do Sul, Broders
procurava um meio de sair do país, quando encontrou um grupo de imigrantes em
uma cidade próxima, chamada São Pedro do Sul.[4] Um senhor chamado Augusto W.
Gowert, que atuava como pastor de uma igreja luterana em um campo próximo, o
convidou para permanecer em sua residência, enquanto ambos conversavam sobre
doutrina.[12] Após ambos se identificarem no mesmo conceito sobre a doutrina,
resolveram se reunir com outras dezessete famílias filiadas ao Sínodo de
Missouri, e assim deram início a primeira Congregação Evangélica Luterana do
Brasil.[13] Então, em 1º de julho de 1900, foi oficialmente fundada no
município de Morro Redondo, a Comunidade Evangélica Luterana São João.[4] A
IELB reconhece em sua página oficial tal data como a de fundação oficial da igreja.[14]
Broders então retornou para o Sínodo de Missouri e veio a falecer em 27 de
novembro de 1932.[15]
O
pastor desta congregação se tornou Wilhelm Mahler, enviado dos Estados Unidos
para realizar tal função, onde ficou até o ano de 1914.[4] Em 1901, mais três
congregações foram fundadas, todas elas no Rio Grande do Sul, nas comunidades
de Santa Coleta, Santa Eulália e Bom Jesus.[4] No ano seguinte, as congregações
se expandiram por quase todos os pontos do Rio Grande do Sul, chegando na
capital Porto Alegre.[16] Em 24 de junho de 1904, ocorreu a criação da
denominação Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), oficialmente, em
alemão, Der Brasilianische District der deutschen evangelisch-lutherischen
Synode von Missouri, Ohio und andern Staaten.[4] [5] [17] Ela foi criada na
cidade de São Pedro do Sul, em uma reunião que contou com a presença de com a
presença de quatorze pastores, um professor e dez leigos, que representaram a
dez comunidades luteranas, que juntas teriam aproximadamente três mil membros.[18]
Seu primeiro presidente foi o próprio Mahler, que exerceu a função entre 1904 e
1910.[19]
Expansão
A
Igreja Evangélica Luterana do Brasil adotou logo após sua fundação o Seminário
Concórdia, fundado em 27 de outubro de 1903, como o seu local de formação para
pastores.[20] Enviado diretamente do Sínodo de Missouri, o pastor John
Hartmeister atuava como o único professor e instrutor do local, até o seu
fechamento em 1905.[4] [20] O Seminário reabriu em 1907, desta vez com dois
professores, e foi fundamental para a formação de pastores capacitados para a
função.[20] Com a expansão geográfica realizada pela IELB ao longo dos anos, os
pastores começaram a ser enviados para os pontos em que mais eram
necessitados.[4]
Antes
da fundação oficial da IELB, já existiam congregações luteranas nas mesorregião
Noroeste e Central, além de pontos isolados em São Leopoldo, Dois Irmãos,
Estância Velha e Porto Alegre.[4] A expansão continuou após a fundação oficial
da IELB nas cidades de Roca Sales, Ijuí e Erechim.[4] [21] Em 1905, a IELB se
expandiu pela primeira vez ao exterior, realizando missões e atendimentos
pastorais na Argentina, que eram coordenados pelo Sínodo de Missouri.[4] A
primeira congregação fora do estado do Rio Grande do Sul foi fundada em 1921,
atendendo a Santa Catarina, na cidade de Luzerna, atual Bom Retiro.[22] No
mesmo ano, foi fundada a primeira congregação da IELB no Paraná, na cidade de
Cruz Machado, que foi a única a ser atendida no estado até 1937.[23] Neste
período, a IELB já contava com quase 20 mil membros batizados.[1]
Templo da IELB em Marabá, Pará.
Em
1923, após a fundação da Editora Concórdia, a Igreja Evangélica do Brasil teve
oficialmente uma loja de distribuição de seus materiais escritos, tendo sido
distribuído em 1924 o Catecismo Menor de Lutero, o primeiro livro da
editora.[24] Nos anos subsequentes, a IELB se espalhou pelos estados do
Espírito Santo, Rio de Janeiro (ambos 1929), São Paulo (1931), e Minas Gerais
(1933).[4] [25] Na década de 1920 também podemos perceber a fundação da
Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB) sob o nome de Waltherliga,
formada por pessoas confirmadas que não eram casadas, e se estabilizou como o
primeiro departamento da igreja.[26] Em 1929, foi realizada a comemoração de 25
anos da fundação oficial da IELB, com a publicação do livro Fuenfundzwanzig
Jahre unter dem Suedlichen Kreuze (em português Vinte e cinco anos sob o
cruzeiro do Sul), por Otto H. Beer.[6]
Inicialmente
a igreja não permitia a participação de negros, sendo em 1927 criada uma igreja
separada em Canguçu para descendentes dos escravos da região, a um quilômetro
de distâncias da "igreja dos alemães".[27] A congregação separada foi
criada devido à resistência de imigrantes alemães às tentativas de integração
promovidas pelos pastores.[27] A igreja, congregação Manoel do Rego, existe até
hoje e duas congregações realizam festas e outras atividades conjuntas.[27]
Em
1945, a Igreja Luterana do Brasil ultrapassou a marca de 50 mil membros
oficiais, apesar de ser estabilizada apenas nas regiões Sul e Sudeste do
país.[1] [28] Neste período, a IELB registra seu primeiro momento de tensão,
após ordens do governo de Getúlio Vargas, que proibiu o uso da língua alemã e
prendeu pessoas inocentes, leigos, professores e pastores, fechou escolas e templos,
além de confiscar e destruir livros religiosos e equipamentos.[4] Pouco se sabe
sobre este assunto, porém fontes afirmam que tal instabilização durou até o
final da Segunda Guerra Mundial, que podem ser confirmadas pelo fato da
expansão ter sido interrompida.[29] Passada esta instabilização, a IELB
comemorou o aniversário de 50 anos do início da missão luterana no Brasil em um
culto no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, reunindo aproximadamente mil
pessoas.[28]
Como
dito anteriormente, tais tensões se aliviaram apenas após o fim da Segunda
Guerra Mundial, e a expansão continuou em 1951, atingindo os territórios de
Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (estes dois últimos em
1957).[4] Foram encontradas diversas dificuldades para a divulgação da igreja
na Região Nordeste, com os cultos reunindo poucas pessoas, onde a maioria dos
frequentadores pronunciava apenas o alemão.[30] Nesse período, ocorreu o
surgimento da Liga de Servas Luteranas do Brasil (LSLB), departamento que
englobava todas mulheres casadas.[31] Elas começaram a se destacar por volta da
década de 1980, onde já estavam aptas para votar e concorrer a cargos da
Igreja, bem como eram as principais participantes de projetos sociais e de
diaconia.[4] A IELB chegou com a primeira missão em Portugal no ano de 1957,
onde pouca informação se foi registrada.[4] Em 2008, eram quatro pastores que
estavam trabalhando no país.[32] Para se comemorar o 50° aniversário, foi
realizada uma pregação pelo pastor Rodolpho Hasse, com a presença de membros da
Igreja Luterana do Sínodo de Missouri.[6]
Um
segundo momento de tensão foi instituído com a ditadura militar brasileira, que
foi instituída em 1964 e também interrompeu grande parte dos projetos da
IELB.[4] A derrubada de um presidente democraticamente eleito foi saudada como
momento inspirado de instauração da ordem no país, causando uma divisão dentro
da própria igreja.[33] O Ato Institucional Cinco causou problemas ainda
maiores, pois vários pastores e cristãos eram torturados e mortos com a alegação
de que esta seria a vontade de Deus.[4] Neste momento, o número de membros
chegou a 100 mil.[1]
Abrangência em todo o país e aumento de
membros
Passada
novamente esta tensão, a IELB se expandiu em Rondônia e Maranhão em 1971, no
Piauí em 1978, no Ceará em 1979, em Alagoas em 1981, em Roraima e Amazonas em
1984, no Rio Grande do Norte em 1986 e no Acre em 1988.[4] Destes, onde a
Igreja conquistou o maior número de fieis foi em Rondônia, na região de Cacoal,
onde foi celebrado o aniversário de quarenta anos em 2011 contando com a
presença de mil pessoas.[34] No início da década de 1980, a IELB iniciou uma
missão no Paraguai, que ao longo dos tempos foi se intensificando e atualmente
esta é uma "igreja-irmã".[3] Em 1979, no culto do aniversário de 75 anos
da IELB, o pastor Dr. Jacob A. O. Preus agradeceu toda a missão da IELB no
Brasil, e completou que a mesma se tornou a maior igreja-irmã do Sínodo de
Missouri no mundo. Ele também salientou que o maior objetivo da igreja era a
independência financeira do Sínodo.[6]
Em
janeiro de 1971, foi criado o departamento dos leigos, que engloba todos os
homens casados e batizados na Igreja Evangélica Luterana do Brasil, o qual está
ativo até os dias de hoje.[35] Em 1991, a IELB chegou a marca de 200 mil
membros oficiais, representando evolução em cada ano desde sua fundação.[1]
Neste ano, entre os dias 23 e 26 de maio, foi decidido o símbolo oficial, sendo
este uma cruz estilizada, remetendo ao formato de um "L" e um
"B", representando o luteranismo e o Brasil.[36] Em 30 de dezembro de
1994, a igreja assinou um convênio com a Universidade Luterana do Brasil,
oferecendo o curso de bacharelado em teologia.[24] Em 1999, a IELB chegou ao
último estado em que ainda não estava, sendo este o Amapá.[28] [37] Por volta
desta época, foi estabelecido o lema geral da IELB: "Cristo Para
Todos".[38]
Em 1º
de janeiro de 2000, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil finalmente conseguiu
sua independência financeira do Sínodo de Missouri, sendo que desde então é
mantida pelas ofertas dos membros e pelo dinheiro envolvido com a venda e
divulgação de seus materiais.[39]
No dia
11 de janeiro de 2004, a IELB completou a marca de 100 anos de existência, e
para isso foi realizado um culto especial na cidade de Gramado, reunindo cerca
de 12 mil pessoas no Centro de Convenções Expogramado.[40] Originalmente, o
evento estava programado para acontecer na cidade de Canela, no Centro de
Feiras, mas por motivos de excesso de público o local foi alterado.[41] Tal
festividade contou com a presença de várias autoridades, como o vice-governador
Antônio Hohlfeldt, representando o governador Germano Rigotto, o deputado
federal Onyx Lorenzoni e os prefeitos José Vellinho Pinto (Canela) e Pedro
Henrique Bertolucci (Gramado).[41] O evento também contou com a presença de pessoas
de outras igrejas, como o presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana
no Brasil Dr. Walter Altmann e o arcebispo católico Dom Dadeus Grings.[40]
A
página oficial da igreja informa que a mesma possui atualmente 57 distritos,
533 paróquias, 2.078 congregações, 860 pastores e 243.093 membros.[38] A IELB
não possui oficialmente uma igreja no exterior, visto que a mesma leva o nome
do país, Brasil, e as igrejas que seguem a mesma denominação pertencem ao
Concílio Luterano Internacional, e a doutrina pregada por eles é a mesma.[42]
Apesar da IELB ter alguns pastores que fazem missões em lugares como os já
citados, pode-se dizer que todos os seus membros residem no Brasil.[43]
Doutrina
Representação
original da Bíblia de Lutero, que é utilizada pela IELB.
A
Igreja Evangélica Luterana do Brasil tem por doutrina a base feita pelo
reformador Martinho Lutero, utilizando de sua tradução da Bíblia, a chamada
Bíblia de Lutero.[44] Lutero pregava que a salvação vinha pela graça e pela fé,
contrariando à ideia das boas obras.[45] A Igreja prega dois pontos como os
meios da graça: a Palavra de Deus e os sacramentos.[46] O objetivo da mesma é
fazer com que todas as pessoas alcancem a salvação, tendo assim em sua teologia
a ressurreição e a divisão em céu e inferno.[47]
A
igreja também utiliza os outros livros lançados por Lutero como uma base para o
ensino de sua doutrina. O Catecismo Menor é ensinado a pessoas, geralmente na
pré-adolescência, com um básico aprofundamento das principais teologias da
Igreja.[48] Um livro semelhante, porém maior e com aprofundamento mais
detalhado é conhecido como Catecismo Maior, que é ensinado aos adultos.[49]
Além destes documentos, a IELB também aceita como parte de seu ensino a
Confissão de Augsburgo, os Artigos de Esmalcalde, a Apologia e a Fórmula da
Concórdia, formando assim ao Livro de Concórdia.[50] Durante a maioria dos
cultos luteranos, é utilizado um livro chamado Hinário luterano, composto com
573 hinos de louvor e com sua última modificação feita em 1986.[51]
A IELB
utiliza dois sacramentos, o Batismo e a Santa Ceia.[52] O Batismo acontece
algumas semanas após ao nascimento da criança - ou em casos extremos, de morte,
pode até ser feita na residência dos pais do bebê.[53] A criança - ou o adulto,
caso o mesmo receber confirmação após uma instrução de adultos - recebe a água
em sua cabeça simbolizando uma aliança com Deus, ao mesmo tempo em que o Pastor
faz o sinal da cruz tanto na fronte quanto no peito.[54] Quando a cerimônia é
realizada de maneira formal, sobem ao altar junto com os pais e a criança, os
padrinhos, que segundo a IELB, servem como testemunhas do ato.[53] O Batismo só
pode ser ministrado pelo Pastor chamado e ordenado, e a pessoa é batizada em
nome do Deus Triúno, Pai, Filho e Espírito Santo, tomando por base o Evangelho
de Mateus.[54] [55] Já a Santa Ceia é realizada em todo os cultos e é dirigida
à todas as pessoas que foram confirmadas, onde estas recebem a hóstia, que
segundo a doutrina da IELB é o Corpo de Cristo e recebem o vinho, que é o
sangue de Cristo.[56] Para tal ato ter uma validade ele deve ser previamente
instituído pelo Pastor chamado e ordenado, caso contrário, segundo a Doutrina,
apenas haverá o ato físico e não o espiritual.[57] Para antes de qualquer
cerimônia de Santa Ceia, é dirigida a sua instituição, presente no Evangelho de
Mateus.[58]
São
três os credos ecumênicos presentes na IELB: o Credo Apostólico, o Credo Niceno
e o Credo Atanasiano. Em 1580, a Igreja Luterana, para demonstrar que não era
uma seita, incorporou os três credos em suas confissões, reunidas no Livro de
Concórdia.[59] O Credo Apostólico é o mesmo utilizado na Igreja Católica, com
uma mudança no trecho "Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja
Católica" para "Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Cristã",
que foi feito pelo próprio Martinho Lutero durante a Reforma Protestante, tendo
em base que a Salvação poderia ser dada para qualquer pessoa, não apenas para
os católicos.[60] Apesar do primeiro ser o Credo oficial e o mais utilizado, em
alguns cultos - na maioria das vezes, mensalmente - há a pronunciação do Credo
Niceno, que foi feito pelos cristãos de Roma no século III, sendo que apresenta
apenas as principais verdades da crença em Deus.[60] Por último, o Credo
Atanasiano é o menos utilizado, devido ao seu tamanho, proferido na maioria das
igrejas uma vez ao ano.[60] [61] Ele recebe maior atenção na semana da
Santíssima Trindade, onde o Credo exalta exatamente o que trata a semana.[62]
A
formação dos pastores, também conhecidos como ministros, acontece em projetos
afiliados da IELB (ver seção abaixo). Segundo a igreja, eles não tem direitos
acima de qualquer outra pessoa, segundo o que foi dito na Epístola de Paulo a
Tito.[63] O ofício de pastor só é realizado quando acontece o chamado de uma
congregação, caso isto não aconteça, o mesmo não terá a permissão da IELB para
delegar cultos.[64]
Apesar
de em seu nome mencionar ser uma igreja evangélica, um dos principais pontos
que difere a IELB das igrejas pentecostais é a abolição do dízimo das ofertas.
Há cada ano, é realizado um estudo chamado de "Voto de Mordomia", no
qual é explanado que a oferta deve ser dada em virtude do amor de Cristo, sendo
a porcentagem apenas um valor adicional.[65] Como dito acima, cada pessoa
escolhe o percentual de suas ofertas, que se mantém ao redor do ano; elas são
dadas uma vez por mês em envelopes fechados.[65] No segundo semestre do ano, é
realizada a Festa da Colheita, onde um envelope de cor rosa é entregado
juntamente com a oferta normal, e o seu dinheiro é enviado para missões evangelisticas
ao redor do mundo.[66] Um estudo divulgado em 2010 mostrou que cada membro da
IELB ofertou cerca de R$143,06 no ano, sendo que 6,7% foi destinado para a sede
da IELB e o resto ficou distribuído dentro das congregações para despesas e
salários do pastor.[1]
Posições oficiais à assuntos controversos
"A
IELB crê e confessa que a sexualidade é um dom de Deus, destinado por Deus para
ser vivido entre um homem e uma mulher dentro do casamento. […] Ensinamos que a
igreja renova também o seu compromisso de receber pessoas homossexuais no amor
de Cristo visando que a fé em Jesus as transforme para a nova vida da qual Deus
se agrada."
Talvez
o assunto mais controverso entre os membros luteranos seja em respeito à
homossexualidade, visto que os mesmos não têm uma organização central. Apesar
da Federação Luterana Mundial adotar um princípio de não haver punições para
pastores que tenham parceiros do mesmo sexo,[68] a IELB bem como todas as
igrejas do Concílio Luterano Internacional (ILC) são fortemente contra a
aceitação de qualquer relação entre pessoas do mesmo sexo, não os aceitando em
seu meio, por ferir os princípios da Bíblia.[69] No entanto, a IELB condena
qualquer tipo de discriminação perante os homossexuais, conforme nota publicada
pelo então presidente Egon Kopereck, que diz que deve-se colocar ao lado destas
pessoas para elas buscarem o caminho certo.[70]
A
Igreja Luterana não utiliza santos e/ou qualquer outra espécie de adoração,
deixando bem claro em sua doutrina que a sua crença se baseia unicamente na
Santíssima Trindade.[71] Maria, mãe de Jesus, também não é considerada como uma
divindade: "ainda que é digníssima das honras mais excelsas, ela não quer,
todavia, que a igualemos a Cristo", consta em um posicionamento oficial da
igreja.[72] A autoridade de pastor, que para ser exercidade deve ser chamada e
ordenada previamente, também não vincula nenhuma relação com santificações,
sendo este utilizado por meio de Deus para a revelação da sua obra.[73] A IELB
publicou um artigo de nove páginas informando sobre a maçonaria, e deixou claro
na página 6 que também não possui discriminações, mas que "um cristão
convicto, especialmente um cristão luterano, não se filia a maçonaria, e porque
um maçom, ao abraçar a fé cristã, não permanecerá na maçonaria".[74]
A
Igreja Evangélica Luterana do Brasil percebe semelhanças e diferenças quanto à
pessoa do homem e da mulher. A principal semelhança é a igualdade de ambos
perante Cristo, segundo a Epístola de Paulo aos Gálatas.[75] Entre as
diferenças, constam o fato de o homem ser o "cabeça" em um
relacionamento, cabendo para ele as responsabilidades, segundo a Epístola aos
Efésios;[76] de a principal função da mulher é ser mãe, e a do homem, a
autoridade no ensino da Palavra, segundo a Primeira Epístola a Timóteo;[77] e
os dons de "evangelistas" e "profetas" até serem dados para
as mulheres, mas os de "pastores-mestres" unicamente para os homens,
também segundo a Epístola aos Efésios.[78] Como na Bíblia nada consta em
relação à participação de mulheres em assembleias e cargos diretivos, a IELB
permite a participação das mesmas em ambas as atividades.[79]
Diferenças em relação à IECLB
As
Igrejas Luteranas são divididas em dois grandes blocos, que são coordenados por
órgãos governamentais, a Federação Luterana Mundial (LWF) e o Concílio Luterano
Internacional (ILC), do qual a Igreja Evangélica Luterana do Brasil faz
parte.[2] [80] As duas tem por base o luteranismo, mas pequenas diferenças na
doutrina e nas posições oficiais tornam a ILC com uma ortodoxia doutrinária maior
do que a LWF, que é mais aberta, por exemplo, à união de pastores
homossexuais.[81] Já a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
(IECLB), que representa aproximadamente 80% dos luteranos do Brasil, faz parte
da LWF, fato com que várias "rivalidades" fossem criadas ao longo do
tempo.[82] No entanto, a IECLB é uma exceção no caso acima, sendo que desde 2
de junho de 2001 não aceita homossexuais praticantes na sua congregação, em
semelhança a atitude da IELB.[83]
Apesar
de várias suposições durante a história de ambas as igrejas, atualmente
aceita-se o fato de que as principais diferenças entre elas são de valor
cultural.[84] Como informado anteriormente, a IELB se originou por meio da
Igreja Luterana do Sínodo de Missouri, enquanto a IECLB foi formada da
imigração de luteranos diretamente da Alemanha.[85] Estudiosos, como Walter
Altmann e Martin Dreher, declararam em uma entrevista que "a IECLB esteve
mais exposta ao pensamento da Ilustração, enquanto a IELB esteve mais exposta
ao Romantismo e ao neoconfessionalismo do século XIX."[86]
Costuma-se
dizer que existem duas principais diferenças entre as igrejas, aceitas pelos
membros da mesma. A celebração da Santa Ceia, na IELB, é restrita para os
membros da Igreja; na IECLB, ela é aberta para qualquer pessoa que queira a
salvação, ato que é chamado de comunhão aberta.[87] Já a ordenação de mulheres
como pastoras, só é feita na IECLB, pois a IELB defende, como dito acima, que
só os homens receberam os dons do Espírito Santo de se tornarem "pastores-mestres".[88]
Esses fatores tornam a IELB com uma interpretação mais literal da Bíblia,
restringindo sua postura à sua própria denominação; e a IECLB apresenta um
empenho ecumênico, com o acolhimento de métodos modernos da exegese.[86]
Por a
Bíblia ser o único meio de ambos, os pastores tentaram sanar qualquer
rivalidade entre as igrejas através de três "Conferências Nacionais
Interluteranas".[89] Como medida de tal iniciativa, foi redigido em 1994 o
chamado "Convênio de Cooperação Igreja Evangélica Luterana do Brasil -
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil", mostrando os pontos
onde as mesmas trabalham em união.[90]
Símbolos
A Rosa de Lutero, um dos símbolos da IELB.
O
logotipo oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil é o desenho de uma cruz
estilizada, representado nas cores azul claro, azul escuro e branco, onde a
representação segue o modelo conhecido como "proporção áurea". Ele
foi aprovado pelo Conselho Diretor da Igreja, após um conselho que durou entre
23 e 26 de maio de 1991, que tornou-se obrigatório após a 50ª Convenção
Nacional que obrigou a todas as igrejas do país a terem uma logomarca de
identificação fácil.[36] Segundo a própria igreja, a escolha do símbolo se deu
por três razões principais; por a mesma ser a principal representação do
cristianismo, demonstrando o local onde Jesus Cristo foi morto; pelo fato de
que a grande maioria das denominações religiosas também adotam tal símbolo como
principal; e pelo fato do teólogo Martinho Lutero ter afirmado que a cruz
deveria ser centralizada no altar de todos os templos.[38] [91]
O
significado da logomarca pode variar segundo a maneira na qual for observada; a
explicação convencional, reconhecida na página oficial da igreja, demonstra que
o "L" remete à luteranos e o "B" à Brasil. Porém, ao longo
dos anos, surgiram ideias de um possível "ML", em referência à
Martinho Lutero.[36] A IELB afirma que as diferentes perspectivas e volumes
apresentados tem em seu fundamento a missão da igreja em levar a Bíblia aos
diversos cantos do planeta, além de demonstrar os Dons do Espírito Santo que
foram dados a cada uma das pessoas.[38] Nos documentos oficiais, o acrônimo
IELB é apresentado um pouco abaixo da logomarca, escrito na fonte tipográfica
Bahamas, porém, nos desenhos e nas imagens presentes na igreja, apenas a cruz é
utilizada.[92]
Apesar
de não ser visto com frequência quando a IELB é citada, a Rosa de Lutero também
constitui um dos símbolos oficiais da igreja, bem como na quase totalidade das
igrejas luteranas.[93] Seu significado é o mesmo: a cruz negra demonstra a
Paixão de Cristo e o coração vermelho representa o amor de Deus, sendo que
ambos estão envoltos por uma rosa branca, que simboliza a paz em Deus; esta,
fica rodeada por um campo azul demonstrando o céu, circundada por um detalhe
dourado, no formato de uma aliança, que significa a renovação feita no
Batismo.[94]
Números
1904
|
|
2926
|
||
1910
|
|
7044
|
||
1920
|
|
16501
|
||
1935
|
|
32040
|
||
1950
|
|
65280
|
||
1970
|
|
149421
|
||
1990
|
|
198522
|
||
2000
|
|
219888
|
||
2010
|
|
238281
|
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2011
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264014
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O
número de membros oficiais - aqueles que foram batizados - da Igreja Evangélica
Luterana do Brasil estão em constante crescimento ao longo dos anos, conforme
tabela mostrada ao lado.[1] Poucos anos após sua fundação, o número de membros
registrados já era de quase 3.000, a maioria deles imigrantes dos Estados
Unidos, mais especificamente da Igreja Luterana do Sínodo de Missouri. No
entanto, a IELB começou a se espalhar por um número maior de regiões a partir
da década de 1950, sendo que em dez anos o número de membros quase dobrou,
atingindo a marca de 112.317 filiados.[95] O último estudo oficial foi divulgado
na revista Mensageiro Luterano, publicado pela Editora Concórdia, onde podemos
perceber 238.281 membros, em uma pesquisa que é datada de dezembro de 2010,
significando um aumento de 8,4% em relação à última década.[1] Já o site
oficial da IELB registra o número de 239.026 membros, este feito em 25 de
setembro de 2012,[96] que faz com que a IELB se torne a principal igreja-irmã
do Sínodo de Missouri.[1]
Conforme
dito anteriormente, todos os membros da IELB residem no Brasil, e este mesmo
estudo mostra que 48,7% deles moram no Rio Grande do Sul, onde foi o ponto
primário de estabilização dos imigrantes e onde também funciona o Seminário
Concórdia, responsável pela formação dos pastores.[97] O estado de Paraná
representa 13,6% dos membros oficiais, seguido por Santa Catarina, com 12,2%,
que fazem com que a Região Sul represente aproximadamente ¾ de todos os membros
da igreja.[1] Juntos, Espírito Santo e Minas Gerais representam 12,4%; e São
Paulo e Rio de Janeiro 8,7%.[1] Nas outras três regiões, o número é demasiado
abaixo destes cinco estados: a Região Centro-Oeste possui 2,6%, seguida da
Região Norte - 1,1% - e da Região Nordeste, com 0.5%.[1] Apesar do baixo
índice, estas duas regiões foram as que mais apresentaram crescimento nos
últimos dez anos, devido principalmente a uma grande fundação de templos nos
estados de Rondônia e Pernambuco.[98] [99]
Em
2010, estima-se que a IELB tenha 601 pastores congregacionais, além de 248
dispersos em paróquias e pontos de missões; número que aumentou em 11 do ano
passado.[1] Os pontos de pregação estabilizaram-se em 627, as paróquias em 519
e as congregações em 1470.[1] O número de membros que saíram da IELB entre 2005
e 2010 foi de 19.429, o que representa cerca de 8,2% do número atual; no
entanto, 22.328 ingressaram na mesma por meio de confissão da fé, representando
9,4%.[1]
Universidade Luterana do Brasil
A
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) é uma das afiliadas à IELB.
A
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) é uma universidade privada localizada
na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul e tem como mantenedora a Associação
Educacional Luterana do Brasil (AELBRA).[109] A ULBRA engloba operações na area
de educação, da infância à pós-graduação, e também uma emissora de TV (Ulbra
TV)[110] , a rádio (Rádio Pop Rock)[111] .[112] No campo da teologia, a ULBRA
possui a Biblioteca Martinho Lutero, onde estão disponíveis vários registros
tanto da Bíblia quanto de publicações feitas por Lutero em textos da Reforma
Protestante.[113] Na primeira década dos anos 2000, a ULBRA enfrentou diversas
crises financeiras, causada por diversas dívidas tributárias,[114] além de ter
feito várias aparições na mídia pelo indiciamento do reitor anterior, Rubem
Becker em 2009[115] e do atual, carecendo de fundamentação, por falsificação
ideológica em 2013.[116] .
A
atual gestão, após quatro anos de negociações, obteve alternativa para suas
dívidas, aderindo ao PROIES, que prevê o pagamento de parte da divida da união
com a concessão de 49 mil, bolsas de estudo em 15 anos.[117] . Com foco no
ensino, a Universidade recebeu notas 4 e 5 (no índice de 1 a 5) das comissões
de avaliação do MEC em mais de 70% dos cursos visitados nos campi do Rio Grande
do Sul.[118] A partir do Índice Geral de Cursos (IGC), que avalia a qualidade
do ensino, a ULBRA é considerada pelo MEC a sexta melhor universidade
particular do Brasil, pelo segundo ano consecutivo.[119] Na modalidade de
educação a distância, a Universidade está em primeiro lugar em qualidade de
ensino, a partir dos conceitos obtidos pelos alunos no ENADE.[120]
A
principal relação da IELB com a ULBRA se dá através de um convênio de mútua
cooperação, por meio do qual os professores do Seminário Concórdia passaram a
atuar também no curso de Licenciatura Cristã da ULBRA; ao mesmo tempo que os
alunos cursaram a Licenciatura na ULBRA e o Bacharelado no Seminário
Concórdia.[106] Em outubro de 2000, o nome do curso foi mudado para Bacharelado
em Teologia, e reconhecido oficialmente pelo Seminário Concórdia para a
especialização de pastores.[105] A ULBRA tem constante participação em projetos
da IELB, como por exemplo, a divulgação dos eventos importantes da mesma[121] e
a participação em eventos da Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB),
como aconteceu no 43° Congresso Nacional, onde um DVD foi gravado.[122]
Outra
relação importante entre IELB e ULBRA é na área de comunicação/evangelização.
Desde 2004, a IELB, por meio da Capelania Pastoral, tem um programa de TV
diário em canal aberto nacional, o Toque de Vida, da ULBRA TV. Também por meio
da CELSP, desde 2008, a IELB exibe cultos luteranos semanais na ULBRA TV.[123]
. Em 2013, um programa de debates e variedades passou a ser apresentado aos
domingos, alternadamente com a exibição dos cultos.[124]
Cargos e subdivisões
As
decisões da Igreja Evangélica Luterana do Brasil são tomadas por meio de uma
Diretoria Nacional, que é escolhida por votação de quatro em quatro anos, com
os cargos de Presidente, Vice-Presidente de Ensino, Vice-Presidente de Expansão
Missionária, Vice-Presidente de Educação Cristã, Vice-Presidente de Ação
Social, Vice-Presidente de Comunicação e Vice-Presidente de Administração.[130]
A última eleição foi feita em 2014, e o atual Presidente da IELB é o Reverendo
Egon Kopereck, que atuava desde o ano de 1988 na Congregação Evangélica
Luterana São Paulo, da cidade de Canoas, região metropolitana de Porto
Alegre.[131] Ele mantém um blog pessoal, onde divulga relatórios diários de sua
gestão presidencial, além de notícias relacionadas com a própria IELB.[132] O
Vice-Presidente de Ensino na gestão atual é o Rev. Rony Ricardo Marquardt, o
Vice-Presidente de Expansão Missionária é o Rev. Geraldo Walmir Schüler, o
Vice-Presidente de Educação Cristã é o Rev. Martinho Sonntag, o Vice-Presidente
de Ação Social é o Rev. Airton Scheunemann Schroeder, a Vice-Presidente de
Comunicação é a jornalista Aline Gehm Koller Albrecht (primeira mulher a
integrar a Diretoria Nacional da IELB), e o Vice-Presidente de Administração é
o contador Renato Bauermann.[130]
Escola Dominical
A
Escola Dominical é ensinada por membros da própria Igreja, que colaboram
voluntariamente no ensino da Palavra de Deus através de histórias bíblicas e
outras atividades.[133] Ela é instruída para crianças, geralmente a partir dos
4 anos, até a época da sua confirmação, quando as mesmas passam a frequentar o
Departamento de Jovens.[134] Segundo vários pastores, a Escola Dominical é a
principal área de instrução de um cristão, portanto, é dada grande atenção para
a mesma.[134] Ela é ministrada em diversos horários, variando de uma
congregação para a outra, porém, a maioria a realiza antes ou depois dos
cultos, ou nos sábados à tarde.[135]
Leigos
O
Departamento dos Leigos, chamado oficialmente de Liga de Leigos Luteranos do
Brasil, compreende basicamente a todos os membros do sexo masculino que estão
casados. Devido à questões de trabalho, a maioria das igrejas realiza a reunião
dos leigos à noite.[142] A diretoria está organizada do mesmo jeito que a IELB
em si, porém as eleições são feitas a cada três anos, e a gestão atual estará
em vigor até 2013.[35] O presidente da diretoria nacional é Oldemar Rohloff, e
seu vice-presidente é Ildo Vorpagel Hoffmann.[35]
Sua
fundação oficial decorreu entre 15 e 17 de janeiro de 1971, na cidade gaúcha de
São Leopoldo, onde foi realizado o 1º Encontro Nacional de Leigos Luteranos,
recebendo membros leigos de todo o Brasil.[143] Sua fundação oficial decorreu
em 16 de janeiro, apesar de a primeira Liga de Leigos ser fundada informalmente
em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, em 11 de abril de 1948.[143] Similar
aos jovens e as servas, os leigos também realizam um Congresso Nacional a cada
dois anos, tendo o primeiro deles ocorrido em Imbituva, PR, entre 11 e 14 de janeiro
de 1973.[143] O próximo congresso será realizado na cidade de Marechal Cândido
Rondon, em agosto de 2013, marcando a edição de n° 20.[144]
Servas
O
Departamento das Servas, chamado oficialmente de Liga de Servas Luteranas do
Brasil (LSLB), compreende basicamente todos os membros do sexo feminino que
estão casadas.[31] Ao contrário dos três departamentos anteriores, a maioria
das igrejas realiza apenas uma reunião de servas a cada duas semanas, devido as
mesmas ajudarem aos trabalhos da igreja e outras missões.[31] A diretoria é
composta pelos mesmos cargos da Diretoria da IELB, sendo que a atual presidente
é Juliana Rosmeri Blauth Lindenmeyer, e a Vice-Presidente é Edeltraud Hegele
Dauernheimer.[145]
Os
primeiros registros de reuniões femininas aconteceram em 1909, na Comunidade
Cristo de Porto Alegre, onde as mulheres se reuniam sob a presidência de Maria
Tetzlaff, onde faziam projetos sociais para ajudar os membros necessitados da
igreja.[146] Após a fundação de vários departamentos individuais, decorreu em 4
de julho de 1956 a fundação oficial da Liga de Servas Luteranas do Brasil, na
Congregação São Paulo de Porto Alegre.[31] O primeiro congresso nacional foi
realizado em 16 e 17 de janeiro de 1957, na capela do Seminário Concórdia, em
Porto Alegre, contando com a presença de apenas 103 delegadas.[31] O último
congresso foi o de número 26, e aconteceu na cidade gaúcha de Bento Gonçalves
entre 18 e 22 de janeiro de 2012.[147] Anualmente, as servas divulgam a revista
"Servas do Senhor", com tiragem de 10.000 exemplares e 8.000
assinantes.[148]
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Evang%C3%A9lica_Luterana_do_Brasil
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