Igreja Batista
As
Igrejas Batistas são uma denominação protestante de origem inglesa, que surgiu
na Holanda no início do século XVII. As Igrejas batistas interpretam o batismo
— imergir em água — como uma exposição bíblica e pública de sua fé. A
denominação historicamente é ligada aos dissidentes ingleses, ou movimentos de
anticonformismo do século XVI. O movimento batista surgiu em uma colônia
inglesa na Holanda, num tempo de reforma religiosa intensa.
Os
batistas são uma denominação histórica. A maioria das igrejas batistas escolhem
associar-se com grupos que fornecem apoio sem controle. A maior associação
batista é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, com pouco mais de 16
milhões de membros e mais de 42 mil igrejas filiadas, mas há muitas outras
associações de batistas no mundo; Esta organização, porém, não faz parte da
Aliança Batista Mundial (WBA), que congrega a maior parte - 231 convenções e
associações nacionais batistas em 121 países, com pouco mais de 42 milhões de
membros e 177 mil igrejas; no Brasil, as maiores são a Convenção Batista
Brasileira e a Convenção Batista Nacional, ambas filiadas à Aliança.
As
Igrejas Batistas formam uma família denominacional protestante de origem
inglesa.
Nome
O termo
batista vem da palavra grega (baptistés, "batista," também descrevia
João o batista), que é relacionado ao verbo (baptízo, "batizar, lavar,
mergulho, imerge"), e obaptista latino, e está em conexão direta a "o
batizado," João o batista. Como um prenome que foi usado na Europa também
como Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John Baptist. E na Holanda,
frequentemente em combinações como Jan Baptiste ou Johannes Baptiste. Foi usado
como um sobrenome. Outras variações também comumente usadas são Baptiste,
Baptista, Battiste, Battista. Anabaptistas na Inglaterra foram chamados
batistas em 1569.[1]
História
Origem
A
história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é o
surgimento como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII. A primeira
igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a
Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um
clérigo e Thomas Helwys, umadvogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma
igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da política e de alguns pontos
da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com
os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com
consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja,
constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o
batismo não era por imersão, só os batistas particulares, por volta de 1642,
adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os
batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de
1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.
Depois da
morte de Joelma, da decisão de Thomas batatans e seus seguidores de regressarem
para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus
membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em
Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a
outrosdissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi
John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso. Nos
Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que
organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele
fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista
de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas
cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a
Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior
igreja protestante dos Estados Unidos.
Existem
ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela
historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João
- Jordão - Jerusalém) e a teoria anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos
historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão
apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a
igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam
apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas,paulicianos,
bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas
landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja
verdadeira.
Essa
teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e
cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas
batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente,
igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação Calvinista)
ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é
aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua
mensagem no período da Reforma Protestante.
O evento
mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas
Helwys com os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas
batistas existentes emLondres terem publicado um anátema contra as doutrinas
anabatistas, também os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e
há pouca relação entre os dois grupos.
Ambos
grupos possuem algumas similaridades:
• Crença no Batismo adulto e voluntário;
• Visão do Batismo e da Ceia do Senhor
como ordenanças;
• Separação da Igreja e Estado.
Existem
contudo algumas diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por
exemplo os menonitas):
• Os anabatistas normalmente praticam o
Batismo adulto por aspersão e não por imersão como os batistas;
• Os anabatistas são pacifistas extremos
e se recusam a jurar;
• Os anabatistas creem em uma doutrina
semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte
humana deMaria;
• Os anabatistas enfatizam a vida
comunal enquanto os batistas a liberdade individual;
• Os anabatistas recusam a participar do
Estado, enquanto os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço
militar, possuir cargos políticos;
• Os anabatistas creem em um estado de
"sono da alma" entre a morte e a ressurreição.
Existem
algumas Associações batistas, dentre elas a Associação Batista Missionária da
América - BMAA, a Associação Batista Brasileira, a Associação Batista
Missionária Boliviana que defende escritos do autor Carrol (1972 - O rasto do
sangue) que sustenta a ideia de que os pontos doutrinários que os batistas
sustentam são da igreja primitiva, sustentado por várias igrejas dentre elas a
Igreja Pauliciana, a Igreja Menonita. a Igreja Anabatista, e posteriormente a
Igreja Batista Inglesa. Estas associações também sustentam o Manual das Igrejas
Batistas escrito pelo Dr. Cobb de 1941 publicado nos Estados Unidos da América
que ajudam essas associações a interpretar a Bíblia. O rasto do Sangue. Dr. J.
M. Carrol. Associação Batista Missionária Americana.
Expansão
mundial
Em 1791,
um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no
Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o
primeiro campo missionário.
As
Igrejas Congregacionais americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para
evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o
missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina
de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro
missionário congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-se
batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice
voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária.
Consequentemente
em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de
"Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no
Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América
Latina, África,Ásia e Europa.
A maior
parte das convenções e associações batistas em todo o mundo estão filiadas à
Aliança Batista Mundial, WBA, com a notável ausência da Convenção Batista do
Sul (Southern Baptist Convention, e de parte de algumas organizações, como a
Associação Geral das Igrejas Batistas Regulares (GARBC), Batistas do Sétimo
Dia, associações de igrejas negras, como os Batistas Primitivos, e outras,
fundamentalistas, igrejas sem filiação ou independentes.
Igrejas Batistas no Brasil
Os
imigrantes dos Estados Unidosfundaram a primeira igreja batista do Brasil. Na
foto a Capela do Campo, noCemitério do Campo em Santa Bárbara d'Oeste.
Por força
da Guerra Civil Americana de 1865, confederados do Sul dos Estados Unidos,
começam a buscar outras terras de potencial agrônomo. O Brasil foi um dos
países escolhidos. Logo, em 1867, grupos de estadunidenses que somaram mais de
50.000 pessoas desembarcam nos portos brasileiros em busca de refúgio e terra
fértil, vasta e barata. Avançando para o continente, escolhem a cidade de Santa
Bárbara d'Oeste, para adquirirem terras e fixarem residência. Entre os
emigrados, a maioria professava o protestantismo e entre esses, muitos eram
batistas. Já em 1870 fizeram publicar um "Manifesto para Evangelização do
Brasil." Tal manifesto, assim que publicado contou com assinaturas de
Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e, por um batista, o jovem Pastor
Richard Raticliff, um dos emigrados, cuja família havia convertido através de
Thomas Jefferson Bowne nos Estados Unidos. Em 1871, Batistas emigrados dos
Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil em Santa Bárbara
d'Oeste. Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados faz surgir a
segunda Igreja Batista em solo brasileiro em Santa Bárbara d'Oeste no bairro da
Estação, onde atualmente se localiza a cidade de Americana.
Os
Batistas de então, em Santa Bárbara d'Oeste, se unem para solicitar a Junta de
Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. O trabalho de
evangelização é intenso e brasileiros tornaram-se menos preconceituosos quanto
à nova doutrina. Em 1881 chegam, William Buck Bagby e Ana Luther Bagby;
Zacarias Taylor e Katarin Taylor. Os primeiros missionários são recebidos em
Santa Bárbara d'Oeste e logo filiam-se à Igreja Batista existente e começam a
estudar a língua portuguesa, tendo Antonio Teixeira de Albuquerque como
professor.
Pouco
tardou para que os dois casais de missionários, unindo-se a Antonio Teixeira de
Albuquerque rumassem para o Estado da Bahia, onde em 1882, com cartas de
transferência das igrejas em Santa Bárbara d'Oeste, organizaram a Primeira
Igreja Batista de Salvador. Em um ano aquela igreja já contava 70 membros.
Salvador também possuía uma comunidade de estadunidenses que fugiram da Guerra
de Secessão.
Enquanto
isto, no Recife o missionário batista William Buck Bagby participa da conversão
do sacerdote católico, Antonio Teixeira de Albuquerque. Por causa de
perseguição, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra
natal, mas acabou mais tarde escolhendo Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo
a conhecer os batistas emSanta Bárbara d'Oeste, batiza-se, é ordenado pastor e
ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses,
ingleses e estadunidenses.O Pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado,
rumou a Maceió, onde organiza a Primeira Igreja Batista e prega para seus pais.
A vida de Teixeira de Albuquerque foi curta, vindo a falecer aos 46 anos de
idade. O Brasil não resistiu às pressões sociais e políticas, internas e
externas, vendo capitular o Império, sendo proclamada a República, em 1889.
Nela a liberdade religiosa estava consagrada na Constituição, ainda que, por
enquanto, apenas no papel.
De
Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De
volta a São Paulo, com outros missionários recém-chegados foram organizando
outras novas igrejas a partir de 1899 em São Paulo, Jundiaí, Santos, Campinas,
São José dos Campos. Já em 1904 eram 7 Igrejas Batistas no Estado de São Paulo.
Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram em 1904 a Convenção Batista do
Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Em 1914,
eclode a Primeira Guerra Mundial, que faria ferver até 1918 toda a Europa. A
Europa, destruída, vê muitos de seus habitantes saírem em busca de novas
terras. O Brasil, e, principalmente o Estado de São Paulo, com um grande avanço
na agricultura, (café, cana de açúcar e cereais) torna-se alvo de muitos desses
europeus. Fugindo da guerra, aportam no Brasil muitos protestantes, somaram-se
a eles as dezenas de casais de missionários dos Estados Unidos que continuavam
chegando.
Associações Batistas no Brasil
A
Convenção Batista Brasileira (tradicional) foi organizada em 1907. Em 2013
possuía 8.357 igrejas organizadas, 1.200 congregações ou missões espalhadas em
todo o território nacional e mais de 1.600.000 membros; a mesma também possui
vários colégios, seminários, orfanatos, faculdades, hospitais, centros de
recuperação para usuários de drogas, todos mantidos em convênios com as
convenções estaduais e igrejas locais. Na área da educação
teológico-ministerial, atualmente são reconhecidos pela CBB: OSeminário
Teológico Batista do Norte do Brasil (o o mais antigo seminário batista da
América Latina), o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, o Seminário
Teológico Batista Equatorial, Seminário Teológico Batista do Nordeste, a
Faculdade Teológica Batista do Estado de São Paulo, Faculdade Teológica e
Seminário Batista Ana Wollerman e a Faculdade Teológica Batista do Paraná.
Todos oferecem cursos de graduação e pós-graduação.
A Convenção
Batista Nacional (renovada) nasceu em 1958, quando foi aceito o batismo
pentecostal por alguns batistas em Belo Horizonte. Em 1967, o pastor Enéas
Togniniorganizou a CBN, reunindo 60 igrejas. Grande parte dessas igrejas
denominam-se "Batistas Renovadas". Hoje, a CBN conta com 2.271
igrejas organizadas, quase 2 mil congregações ou missões, e 412.750 membros
espalhados pelo Brasil (dados de 2015). A Convenção adota o pentecostalismo,
mas continua filiada à Aliança Batista Mundial.
As
Igrejas Batistas Independentes no Brasil têm a sua origem no trabalho da Missão
de Örebro, um movimento na Suécia. O missionário Erik Jansson veio em 1912 para
atender colonos suecos residentes no município de Guarani, Rio Grande do Sul,
mas mais tarde o grupo espalhou-se por outros estados. Conta com pelo menos 68
mil membros filiados à CIBI, com grande presença nos Estados do Rio Grande do
Sul, Paraná e São Paulo, em pouco mais de 800 igrejas, dados de 2013, e também
são filiados à Aliança Batista Mundial.
A partir
da década de 1930 surgiram grupos de cunho mais conservador e fundamentalista,
como a Igreja Batista Conservadora fundada em Bagé, Rio Grande do Sul, que não
teve origem e nem possui ligação direta com a de mesmo nome Norte Americana,
trata-se de divisão ocorrida no início dos anos 80, onde um grupo de igrejas
oriundas da Convenção das Igrejas Batistas Independentes (CIBI), formaram a
União Conservadora Batista Independente (UCBI), e posteriormente adotou sua
atual denominação; a Igreja Batista Bíblica Nacional que organizou a Comunhão
Batista Bíblica Nacional desde 1973, com cerca de uma centena de igrejas e
congregações, a Igreja Batista Fundamentalista e a Igreja Batista Regular que
são pouco numerosos, correspondendo-se aos de sua denominação norte-americana e
canadense. Os Batistas Regulares possuem quase 700 Igrejas no país, sendo 400
ligadas à sua Associação (AIBREB) e à Associação Geral (GARBC).
Embora a
Convenção Batista Brasileira aceite as doutrinas da eleição, há igrejas
batistas que se proclamam também calvinistas, e são filiadas às diversas
convenções ou simplesmente, independentes. No Brasil, há um grupo cujo objetivo
é estreitar laços de comunhão entre seus membros, em geral filiados a igrejas
batistas reformadas: trata-se da Comunhão Reformada Batista no Brasil.
Há também
no Brasil os chamados Batistas do Sétimo Dia( tem-se o sábado como dia de
santificação). Eles vieram de um grupo de Adventistas do Sétimo Dia de
Curitiba/PR, que não concordou com vários pontos doutrinários da Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Foram organizados de forma autônoma, passaram a ter
comunhão doutrinária com a Igreja Batista do Sétimo Dia de Hamburgo, Alemanha e
depois foram afiliados à Federação Mundial Batista do Sétimo Dia, na década de
60. Hoje há igrejas batistas do Sétimo Dia nas 5 (cinco) regiões do Brasil. A
diferença deles para os Adventistas quanto à guarda do sábado é que o dia de
descanso é um sinal da aliança com Deus e, não são fundamentalistas ao ponto de
relacionar a salvação com a observância do sábado como dia de descanso. Parte
das Igrejas Batistas do Sétimo Dia são também filiadas à Aliança Batista
Mundial.
Existem
também centenas de Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da
Floresta em Belo Horizonte, com mais de 6 mil membros, Filadélfia, Calvário em
Niterói, ou ainda a Igreja Batista Missionária Central em Petrolina, todas de
orientação carismático-pentecostal, ou ainda mesmo, outras pequenas convenções
batistas de orientação pentecostal. Todas essas igrejas batistas independentes,
e pequenas convenções, somam hoje mais de 1 milhão de membros em todo o país,
conforme dados do censo do IBGE de 2010. Boa parte destas Igrejas independentes
adotaram sistema episcopal, mantém filiais ao invés de igrejas associadas, e
não são filiadas a qualquer associação ou convenção.
Em 1953,
várias Igrejas Batistas de orientação landmarkista, afiliadas à Associação
Batista Missionária da América, formaram a Associação Batista Brasileira.
Atualmente esta associação é presidida pelo Pastor Osvaldo de Andrade Freitas
desde 2012.
Batistas em Portugal
Em
Portugal os Baptistas estão presentes desde o século XIX, quando missionários e
expatriados britânicos fundaram a igreja no país. Em 1888 o missionário inglês
Joseph Charles Jones (1848-1928) organiza uma comunidade baptista de comunhão
aberta no Porto.[2] . Em 1920 já havia congregações baptistas o bastante para
fundar a Convenção Baptista Portuguesa.
Estão
agrupados na Associação das Igrejas Baptistas Portuguesas (19 igrejas);
Convenção Baptista Portuguesa (90 igrejas, pouco mais de 4 mil membros, filiada
à WBA); (Campo Missionário das Igrejas Baptistas de Carreiros Rio Tinto
Gondomar, Trofa (Valderigo), Santo Tirso (Cavadas) e Sequeirô (Rosal, Santo
Tirso) constituída por 4 Igrejas e 10 Missões e Núcleos e um Templo em Água
Longa Agrela.); Associação das Igrejas Baptistas para o Evangelismo Mundial
(AIBEM) (10 igrejas); Igrejas Baptistas Independentes (grupo
pentecostal-batista de origem sueco-brasileira, 7 igrejas) e outras
congregações e igrejas.
Batistas em outros países de Língua Portuguesa
Na África
surgiram no século XX várias igrejas batistas fundadas por missionários
britânicos, sul-africanos, norte-americanos, brasileiros e portugueses.
Em
2009/2010, obteve os seguintes números:
• Igreja Evangélica Baptista de Angola:
300 congregações com 90.000 membros;
• Convenção Baptista de Angola: 315
congregações com cerca de 40.000 membros;
• Igreja Batista Livre em Angola: 45
congregações com 17.123 membros;
• Associação Batista de Macau: 6
congregações com 750 membros;
• Convenção Batista de Moçambique: 120
igrejas com 40.000 membros.
Doutrina
Embora
não haja uma unidade organizacional ou doutrinária entre os batistas, alguns
pontos de crença são comuns aos batistas:
• Crença no Batismo por imersão - assim
como os anabaptistas eles creem que o batismo seja uma ordenança para as
pessoas adultas que deve ser respeitada a menos que o indivíduo não tenha
oportunidade de ser batizado. A diferença em relação aos anabaptistas, é que os
batistas praticam o batismo por imersão.
• Celebração das ordenanças do batismo e
também da ceia memorial (não-sacramental), repetindo o gesto de Cristo e os
apóstolos ("fazei isso em memória de mim") partilhando-se o pão e o
vinho entre todos os membros da Congregação.
• Ordenança distinta de sacramento para
os batistas ordenança é diferente de sacramento: deve ser obedecida, mas é
apenas ato simbólico e não obrigatório para salvação.
• Separação entre Igreja e Estado -
antes mesmo do Iluminismo, já havia a consciência da separação entre Igreja e
Estado entre os batistas.
• Liberdade de Consciência do Indivíduo
- o crente deve escolher por sua própria consciência a servir a Deus, e não por
pressão estatal ou de Igreja Estabelecida.
• Autonomia das Igrejas locais - como os
batistas originaram do Congregacionalismo, enfatizam a autonomia total das
comunidades locais, que podem agrupar-se em convenções, associações ou uniões
de Igrejas. A exceção são os Batistas Reformados, que se originaram do
Presbiterianismo e dos Batistas Episcopais, que surgiram de missões anglicanas
no Zaire.
Organização
Em termos
de organização, a maior parte das igrejas batistas operam no sistema de governo
congregacional, isto é, cada igreja batista local possui autonomia
administrativa, regida sob o regime de assembleias de caráter democrático. A
grande maioria das igrejas batistas são associadas a "convenções",
que são, na verdade, associações de igrejas batistas que procuram auxiliar umas
às outras em diversos aspectos, como jurídico, financeiro e formacional
(criação de novas igrejas). Essas associações não possuem qualquer poder
interventor nas igrejas, pois uma das características da maioria dos batistas é
a autonomia de cada igreja local.
Os
batistas tradicionalmente evitaram o sistema hierárquico episcopalista como é
encontrado na Igreja Católica Romana ou Igreja Anglicana, entre outras, como
entre osmetodistas. Todavia, existem variações entre grupos batistas, como a
Igreja Episcopal Batista (de governo, obviamente, episcopal), presente em
vários países da África e a Igreja Batista Reformada, de governo presbiterial,
ou em poucas igrejas independentes, como a Igreja Batista da Floresta, no
Brasil (que recentemente aderiu ao episcopalismo), de orientação pentecostal.
A maior
parte das igrejas batistas e suas associações encontra-se filiada à Aliança
Batista Mundial, fundada em 1905, reunindo atualmente pouco mais de 42 milhões
de membros em cerca de 121 países, mas împortantes organizações como a Southern
Baptist Convention (Convenção Batista do Sul dos EUA) com 16,6 milhões de
membros, se desligaram da Aliança, ou simplesmente, centenas de convenções e
associações remanescem sem filiação internacional (quase 1 milhão de batistas
no Brasil não participam da organização), mas estima-se que o número de
batistas no mundo, esteja em cerca de 75 milhões de membros.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Batista
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